Artigo do presidente Henri Siegert Chazan, publicado no Jornal do Comércio desta quarta-feira (16)
Qual cidade está preparada para um incêndio de grandes proporções, o desabamento de uma escola ou um tiroteio em massa? São eventos trágicos que esperamos que não aconteçam – mas para os quais devemos estar preparados para responder e evitar a perda de vidas.
É com este intuito que o SINDIHOSPA realizou, no dia 12 de junho, o quarto simulado de desastre de Porto Alegre, desta vez simulando um incêndio no plenário da Câmara de Vereadores. Uma catástrofe com mais de 50 vítimas que não aconteceu – mas que todas as forças de segurança e saúde da cidade agiram como se fosse real, justamente para testar nossa resposta a um evento desse porte.
Instituições hospitalares praticam exercícios com cenários de múltiplas vítimas, mas inovamos ao criar esses simulados que envolvem todos os agentes públicos e privados do município para que cada um treine sua parte junto com os demais. Foram quatro meses de preparação e mais de cem pessoas envolvidas, do Corpo de Bombeiros, SAMU, regulação hospitalar, Brigada Militar, Polícia Civil, Defesa Civil, IGP e, também, serviços privados de ambulâncias que integram o plano de contingência da cidade e, de forma voluntária, atendem essa missão. E, claro, hospitais que receberam as “vítimas” (estudantes da área da saúde e treinados para reproduzir os sintomas dos ferimentos). Se Porto Alegre é um organismo vivo, todos esses grupos e instituições são seus órgãos, que precisam funcionar em perfeita harmonia para superarmos os desafios que se apresentam.
Exercícios como esse são rotineiros fora do País. Aqui, buscamos fomentar essa cultura, envolvendo todos os atores que responderiam a um desastre real. Com isso, podemos melhorar protocolos, reduzir tempos, integrar equipes e, acima de tudo, garantir que, na infelicidade um evento, o máximo de vidas sejam preservadas. Passado o simulado, teremos encontros para valorizar o que deu certo – e procurar corrigir o que deu errado.
As lições do que fizemos nos simulados anteriores foram fundamentais, por exemplo, para enfrentar a enchente em 2024, no resgate da população e, também, na evacuação do Hospital Mãe de Deus, que exigiu ação rápida das forças de segurança e saúde da capital, garantindo que nenhuma vida fosse perdida naquela operação.
Catástrofes não avisam quando vão acontecer. Treinamos torcendo para que nunca ocorram, mas estaremos mais preparados para quando o telefone tocar e todos possam responder da melhor forma possível.