Publicado na edição impressa do Jornal do Comércio desta segunda-feira (02).

Foi oportuno o alerta feito por recente editorial do Jornal do Comércio sobre o rápido envelhecimento da população. O perfil demográfico do País passará por uma grande mudança, gerando transformações para as quais o poder público e a iniciativa privada deverão estar preparados. Em 2030, segundo o IBGE, pela primeira vez, teremos mais idosos do que crianças e adolescentes. E, em 2042, serão um quarto dos brasileiros. Portanto, não há tempo a perder – é hora de agir.

Nesse sentido, Porto Alegre oferece importantes credenciais para liderar um debate nacional sobre o tema. Há cinco anos, a capital gaúcha foi reconhecida como Cidade Amiga do Idoso pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Também tivemos destaque no Índice de Desenvolvimento Urbano para Longevidade: ficamos na terceira colocação no País, de acordo com estudo do Instituto Mongeral Aegon, ligado à Fundação Getulio Vargas.

Recentemente, sediamos edições do Fórum Social Mundial da População Idosa, oferecendo alternativas concretas para os desafios da terceira idade. Embora nossa capital se destaque pelo alto número de residenciais geriátricos e pela qualidade dos serviços de saúde, temos ainda espaço para melhorar em assistência social, mobilidade e leis específicas.

Aprofundaremos essas questões no dia 24 de abril, quando a cidade receberá o primeiro Fórum Nacional de Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPIs). Promovido pelo Núcleo de Residenciais Geriátricos do Sindicato dos Hospitais e Clínicas de Porto Alegre (Sindihospa), o evento contará com especialistas nacionais para discutir diferentes aspectos ligados a essa população. Novas tendências em moradias, mudanças na legislação, fiscalização e marketing para o mercado 60 estarão na pauta. Ao final, lançaremos a Carta de Porto Alegre, consolidando nossas conclusões sobre os temas do encontro e propondo iniciativas de impacto em benefício da terceira idade.

Será uma importante oportunidade para avançarmos nessa pauta e alinharmos ações de curto a longo prazo para melhorar a qualidade de vida dessa parcela crescente da sociedade. Governos e sociedade devem fazer sua parte e atuar em harmonia para a chegada de um novo Brasil que está se aproximando rapidamente. E a preparação adequada permitirá que possamos estar prontos para esse momento, cuidando bem de nossos idosos que serão nós mesmos nas próximas décadas.

Henri Siegert Chazan, presidente do Sindicato dos Hospitais e Clínicas de Porto Alegre