A segurança dos processos é primordial para o dia a dia dos procedimentos endoscópicos, favorecendo a saúde dos pacientes e profissionais. Os desafios sobre essa questão marcaram os debates da 3ª Jornada de Estudos em Endoscopia, que ocorreu esta terça-feira (25), no prédio 50 da PUCRS, em Porto Alegre.
Promovido pelo SINDIHOSPA (Sindicato dos Hospitais e Clínicas de Porto Alegre), o evento reuniu centenas de profissionais para um dia inteiro de programação, que contou com palestrantes nacionais. A edição, prevista para 2020, foi adiada em virtude da pandemia. “É uma satisfação estar neste dia, com um programa feito por um time de elite dos hospitais da capital e levando capacitação a todo o Estado”, destacou Alessandra Dewes, gerente do Sindicato, na abertura.
A primeira palestra foi de Guilherme Becker Sander, gestor da Unidade de Endoscopia do Hospital Ernesto Dornelles, que faltou sobre o papel da endoscopia na pandemia de obesidade. “Atualmente, temos 55,4% das pessoas com sobrepeso, num crescimento exponencial. É uma questão muito preocupante”, alertou, falando sobre tratamentos endoscópicos como balão intragástrico e gastroplastia endoscópica.
Na sequência, de forma virtual, o professor Rafael Queiroz de Souza abordou os cuidados necessários no dia a dia das unidades de Endoscopia, como em termos de pessoal, higiene e infraestrutura. “O simples treinamento de uma pessoa que nunca manuseou um endoscópio é bastante complexo”, destacou, citando que esses equipamentos têm múltiplas etapas de processamento.
Também online, a professora Adriana Oliveira, da UFMG, discorreu sobre os desafios para o processamento seguro dos endoscópios no Brasil, como técnicas consistentes, protocolos padronizados e seguir as instruções do fabricante. Outra questão essencial é a integração com a equipe médica. “É importante que ele saiba o porquê, quanto tempo demora e como isso afeta em seu trabalho”, disse.
Gestão de riscos
Na parte da tarde, as atividades tiveram continuidade com um debate sobre o cenário atual da endoscopia, focando no processamento e rastreabilidade dos equipamentos. O painel teve as participações das enfermeiras Claudia dos Santos, do Hospital de Clínicas, e Sabrina Ricciardi, do Hospital Moinhos de Vento, com a mediação de Marcia Arsego, coordenadora do Comitê de Processamento de Produtos para Saúde do Sindicato.
Na sequência, a enfermeira Giane de Lima da Silva, da Santa Casa de Misericórdia, apresentou o case de viabilidade da migração do gluteraldeído versus o ácido peracético. Rodrigo de Oliveira Freitas, da Ruhof, falou no painel posterior sobre a seleção do agente de limpeza ideal e validação do processo.
Por fim, a jornada teve um talk show sobre a gestão de riscos na endoscopia, discutindo o que mudou nessa área com a pandemia. Participaram da atividade a enfermeira Rosiele Vemdrame Flores, do Grupo Hospitalar Conceição; o Dr. Marcelo Appel da Silva, do Hospital Mãe de Deus; e o Dr. Ricardo Kuchenbecker, do Hospital de Clínicas. A mediação foi da enfermeira Daniela Schneider, também do Clínicas.