Com o objetivo de fomentar as discussões sobre as práticas e atuações seguras para profissionais e pacientes, ocorreu nesta segunda-feira (2), a 7ª Jornada de Estudos sobre Processamento de Produtos para Saúde, promovida pelo Sindicato dos Hospitais e Clínicas de Porto Alegre (SINDIHOSPA). O evento fez parte da programação da Health Meeting, feira internacional de saúde, realizada até quarta-feira (4) no prédio 40 da PUCRS. 

Na abertura, Luciano Lemos Doro, representante do Hospital Unimed Nordeste/RS, trouxe dados sobre o cenário da enfermagem nos Centros de Materiais Esterilizados (CMEs) no Rio Grande do Sul. Conforme Lemos, “é preciso aprofundar os estudos profissionais nas centrais para que essas atividades sejam mais assertivas”, frisou.

Ainda destacando os CMEs, a enfermeira e chefe do CME do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Daniela Schneider, tratou dos indicadores de controle de qualidade. Ela argumentou que esses dados subsidiam o acompanhamento das atividades e o planejamento em saúde com vistas a reduzir riscos de eventos adversos. “É importante saber o que precisa ser medido, a melhoria das instituições ocorre em conjunto com benchmarking. Se a definição é construção do indicador não realizada de forma detalhada, ele mostrará uma realidade de baixa especificidade e baixa sensibilidade”, destacou.

Paramentação cirúrgica e robótica

O evento teve continuidade com o painel de Ana Luiza Teixeira Novo, representante da Halyard, empresa de soluções no cuidado da saúde, sobre a paramentação cirúrgica adequada. Ela ressaltou que o uso de materiais de algodão não é uma barreira efetiva na prevenção de infecções nos centros cirúrgicos e que isso pode comprometer a segurança sanitária. Como alternativa, ela sugeriu a utilização de materiais SMS, com 100% de polipropileno. “Os materiais de paramentação têm que resistir à abrasão, à passagem de patógenos e desprender o mínimo de partículas. Com o algodão não temos isso, já que o material se desgasta. Essa não é uma preocupação de agora, é um consenso.

Na sequência, Rodrigo Castro de Oliveira Freitas, da Ruhof Corporation, explicou aos participantes as diferenças entre os detergentes enzimáticos e alcalinos. Para ele, é essencial entender o que se está limpando e avaliar o instrumento ou equipamento para saber qual produto utilizar. “A limpeza é a parte mais importante do processo. Se não se limpa bem, não se conclui a esterilização. O profissional tem que escolher produtos amigáveis com o que se está limpando, que não sejam tóxicos”, alertou. Freitas ainda ponderou que é necessário adicionar ferramentas de monitoramento de limpeza. “O processo de validação da limpeza é essencial, por isso também a necessidade de cada vez mais exigir comprovações dos fabricantes e fazer constantes avaliações”, completou. 

A jornada teve ainda a palestra de Fernando Torelly, CEO do hcor, que falou sobre o executivo de saúde do futuro. Já Kakuzo Grazino abordou os desafios do processamento na robótica e que o avanço da tecnologia tem proporcionado melhorias de fragilidades identificadas nos primeiros modelos de pinças robóticas, demonstrando que o profissional que atua em CME precisa estar permanentemente e atualizando sobre os novos lançamentos e inovações na saúde.

A professora Ana Clara Tipple, da Universidade Federal de Goiás, trouxe aspectos relacionados aos desafios em processar OPMEs (Órteses, próteses e materiais especiais). “O processamento de OPME é um grande desafio, com circulação de materiais por todo o país. Um dos itens de maior desafio é a fresa ortopédica e trouxe a reflexão sobre a necessidade de avaliar alternativas para minimizar riscos cirúrgicos quando se fala de processamento.

Encerrando o evento, Ronaldo Bernardo, da MIC Steriliza, palestrou sobre monitoramento e análise de água em CMEs e o papel fundamental da qualidade deste insumo na prevenção de infecções.

Os eventos científicos do SINDIHOSPA terão continuidade nesta terça-feira (3), com a 8ª Jornada de Farmácia e o 4º Encontro Nacional de Gestão Ambiental. Na quarta-feira (4), acontece o 2º Encontro da Cadeia de Suprimentos da Saúde.